Nem por isso se tratou de uma viagem de trem sem nada que mereça destaque. É admirável como, no Velho Mundo, pode-se encontrar gente de todas as partes. Eu nunca imaginei que um dia, por exemplo, conheceria alguém da Eritreia. Para quem não é aficionado em geografia como eu, Eritreia é um país no nordeste da África, que por um tempo pertenceu à Etiópia, mas que se tornou independente nos anos 90. Ocupa todo o litoral do que era a Etiópia há poucas décadas atrás. Pois não é que era de lá Nigsti, a minha companheira de trem?
Disse que, como fala no trabalho todo o tempo em inglês e árabe, até hoje não fala bem o alemão. Essa informação foi reconfortante para mim... O idioma natal dela, no entanto, chama-se tigrínia. Ela me mostrou como se escreveria meu nome no alfabeto usado por eles. É mesmo completamente diferente.
O trem chegou um pouco atrasado, quase às duas da tarde. Eu estava roxo de fome. Como não estava nem um pouco disposto a esquentar uma pizza em casa, resolvi comer em algum dos muitos restaurantes de culinária de outros países que ficam nas cercanias da Hauptbahnhof de Frankfurt. É aí que, depois da Europa e da África, entra neste “conto fantástico” a outra parte do Velho Mundo: a Ásia. Eu pensava em comer em algum restaurante turco, mas passei por um de comida asiática, chamado Ding Ding Sheng, que estava cheio de... asiáticos. Pensei: um restaurante asiático... se está cheio de asiáticos, é porque deve ser bom. Comi um guang dong ji, que é um frango à moda cantonesa. Sim, estava bom. Assim é a Europa... aqui tem de tudo. Admirável mundo velho...
Nenhum comentário:
Postar um comentário