Enquanto eu tentava analisar a que e quando assistir, eis que sou surpreendido pela presença de iuperjianas! Regina e Daniela também vão apresentar trabalho, assim como Maíra, que chegou mais tarde e se encontrou conosco à noite.
Comentamos sobre os horários do congresso e uma triste constatação. Regina terá que fazer sua apresentação no horário do jogo entre Brasil e Holanda. Tanto eu como Daniela faremos nesse mesmo dia ou no dia seguinte, mas ainda não sabemos exatamente, nem qual será a hora. Ou seja, há alguma chance de o mesmo problema acontecer conosco. Atabalhoadamente, já perdi a vitória das oitavas-de-final contra o Chile (ver Kapitel LXXXIV), não posso perder o clássico confronto entre Brasil e Holanda nas quartas! Estou tenso com a possibilidade.
Matei a seção a que, sem muita empolgação, eu iria assistir e fomos eu, Regina e Daniela dar uma volta pela cidade. Elas chegaram no dia anterior e estão hospedadas mais longe, de modo que não conheciam nada de Toulouse ainda. Como eu tinha passeado muito na véspera, fui nomeado guia. Só que, como todos os que leem estes Contos Fantásticos sabem, tenho um catastrófico senso de direção. E um guia sem senso de direção é, necessariamente, um guia fajuto. Mas é melhor um guia fajuto na mão do que dois bons guias voando.
Combinamos de, às nove horas, ir a um coquetel na bela sede da prefeitura, o Capitole, que fazia parte do evento. Eis que, quando nos encaminhá-vamos para lá, a Daniela conferiu o convite e constatou que não era às nove, como pensávamos (e, creio, fui eu o primeiro a dizer que era), mas às dezenove! Ou seja, perdemos a boca-livre! Restou-nos dar mais uma volta e, depois, ir a algum bar.
No caminho, na Place des Tiercerettes, bem pertinho do meu albergue, uma incrível percussão nos chamou a atenção. Oito músicos africanos tocavam animadamente, enquanto a francesada estava em polvorosa, sacudindo o esqueleto.
Depois seguimos em busca de um lugar para comer. Daniela não gosta de carneiro e perdeu o delicioso sanduíche árabe shawarma que eu e Regina devoramos. Em seguida, fomos ao bar Musical Ralimera, não longe dali. Bebemos uns chopes Karlsbräu e falamos sobre viagens, Iuperj, França, nossas vidas... não necessariamente nesta ordem. O garçom, extremamente simpático e atencioso, não só fez várias piadinhas como serviu pão com queijo de cabra de cortesia.
Aliás, simpatia, gentileza e educação parecem ser uma marca do sul da França. Tanto em Toulouse, como em Carcassonne e Bordéus (Bordeaux), fiquei impressionado como todos pedem licença, agradecem, trocam sorrisos com pessoas desconhecidas. Quando se pede alguma informação em Toulouse, o cidadão local vai explicar pacientemente, e se não souber tentará descobrir, e se não estiver muito ocupado vai acompanhá-lo até um local mais próximo onde a indicação ficará mais fácil. Depois de Toulouse, vou a Paris. Não ouço que os parisienses costumam ser assim. Em alguns dias saberei empiricamente se poderei generalizar esses elogios para a França como um todo.
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