Um brasileiro que fala um alemão macarrônico chega a Frankfurt sem saber nem mesmo onde vai morar... Aqui narro minhas aventuras nesta temporada germânica: lugares interessantes, enrascadas em que me meto, esquisitices que percebo a cada dia. O nome do blog é uma analogia aos irmãos Grimm, alemães que compilaram muitas dezenas de contos de fada tradicionais, como Branca de Neve, João e Maria, Rapunzel, a Gata Borralheira, o Músico Maravilhoso, Chapeuzinho Vermelho, e a Bela Adormecida (mais detalhes em Vorstellung).

Centenas de fotos disponíveis em Ilustrações.


domingo, 23 de maio de 2010

Kapitel LVII – Diálogos da Cigana

Mais uma vez cheguei em casa com o dia já claro. Eram umas 5h20 quando voltei do open-house do Filipe e da Fiorina, que aconteceu neste sábado. Eu assisti pelo Skype, com o necessário apoio logístico da minha mãe, ao primeiro jogo da final do campeonato brasileiro de basquete – vencido por 88 a 84 pelo Mengão – e saí, vestido com minha camisa do Flamengo. Era para cada um levar sua bebida e eu peguei a Schlappeseppel Urbräu Dunkel e a Kostrißer Schwarzbier que eu tinha na geladeira (agora, só falta uma garrafinha de cerveja). Cheguei lá depois das onze.

A grande surpresa foi ver a maior concentração brasileira desde que cheguei à Europa. Quando contei, éramos dezessete brasileiros. Além de nós, havia quatro alemães, todos capazes de falar português, sendo casados com brasileiras ou ex-moradores do Brasil, como o Julian, que eu já havia conhecido outro dia e estudou na USP. O pessoal era todo muito legal, havia gente das mais variadas áreas – médico, físico, filósofo... – e regiões do Brasil.

Foi uma noite divertida, de muitas risadas e música brasileira no violão e no cavaquinho. Surgiram frases memoráveis, como “O Brasil é ruim, mas é bom; a Europa é boa, mas é ruim.” É difícil me lembrar de tudo o que foi dito, mas ficarei com uma pequena amostra, produto do momento em que uma das presentes resolveu começar a ler a mão dos demais. Na transcrição dos diálogos, ela será doravante denominada “CIGANA” e suas vítimas, digo, as pessoas de quem ela leu a mão serão chamadas de “CLIENTE”.

Diálogo 1:
CIGANA: Sua linha do amor não está desenvolvida, você tem que se entregar mais. E há pessoas que têm uma linha forte do altruísmo, da generosidade, que você não tem. Mas as mãos podem mentir.

Diálogo 2:
CLIENTE: Eu tenho a mão de alguém com muita fertilidade.
CIGANA: O que você faz para ter estes calos nas mãos?

Diálogo 3:
CLIENTE: A minha mão diz que vou morrer aos 40.
CIGANA: Quantos anos você tem?
CLIENTE: Trinta e nove e meio.

Eu pensava em fazer uma viagenzinha amanhã mas, pelo avanço da hora, acho melhor acordar mais tarde e resolver questões de estudo. Quem sabe quando eu acordar as linhas da minha mão não estarão mais favoráveis, não é? Mesmo que não digam a verdade...



Todas as fotos da festa estão on-line.

2 comentários:

  1. Esse seu amigo de camisa polo vermelha da última foto é a cara do Daniel Brühl!!

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  2. Hahahaha! Ele é o alemão que estudou na USP a quem mencionei no texto. 8o)

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