O importante é que agora tudo voltou ao normal. Passei, então, um bom tempo no computador. Aproveitei para publicar dois Kapitel que eu havia escrito, o XLVI e o XLVII, decidindo-me por manter em ambos o texto original, produzido quando eu ainda estava sem conexão à internet. Quando acabei tudo o que tinha para fazer, já passava muito das quatro horas e eu estava roxo de fome.
Resolvi explorar uma parte da cidade que ainda não conhecia, perto da minha casa mas para o lado aonde nunca vou. Saí sem mapa e a esmo, o que significa que depois demoraria algum tempo para encontrar o caminho de volta. A poucos quarteirões de distância fui surpreendido por uma manifestação pacífica, em forma de passeata, acompanhada de modo amistoso por vários policiais. O curioso da passeata é que era formada por iranianos contrários ao governo de Ahmadinejad. Seus cartazes – os que tinham inscrições em alemão ou inglês, pois em persa fica difícil entender – traziam palavras em favor do socialismo, chamando a embaixada persa de centro terrorista e exigindo a libertação de presos políticos. Entendi que houve gritos de ordem em favor do Curdistão também. Filmei uma parte da mobilização.
Saindo de lá ainda dei uma longa volta, inicialmente por curiosidade e, depois, em busca do caminho de casa. Passaram-se bem umas duas horas de passeio, no mínimo. Parte dele foi realizada margeando o principal cemitério da cidade, realmente grande. Vi também alguns parques que eu nem conhecia.
Cheguei em casa e liguei pelo Skype para o telefone da minha avó, na casa de quem estava toda a família reunida pelo dia das mães. Com a minha eu já havia conversado mais cedo. Faltava falar com minha “bimãe” (vovó) e com minha “vice-
mãe” (dinda). Depois, como minha água acabou, não tive outra opção senão a de abrir uma ótima cerveja preta tcheca, Březňák Schwarzbier, que comprei no supermercado. Foi um dia bastante internacional, do Irã à República Tcheca, passando pela Tailândia. Coisas de uma cidade cosmopolita.
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