Dia ensolarado é dia de se sair para a rua. Pelo menos na Europa, é, afinal, aqui sol quente não é uma banalidade de quase todos os dias como no Rio de Janeiro. E lá fui eu, cerca de três ou quatro da tarde, explorar áreas do meu bairro ainda pouco conhecidas por mim e arranjar um lugar para almoçar.
Como hoje eu pretendia viajar para alguma cidadezinha próxima mas meu fim-de-semana boêmio inviabilizou a programação turística, resolvi fazer algo intermediário entre isso e ficar em casa. Explico: Anne Frank, a judia que se celebrizou por, bem jovem, relatar em seu diário os horrores do Holocausto e cujos escritos se tornaram postumamente um best-seller, era frankfurtiana. Ela nasceu e morou em Frankfurt, até seus pais resolverem se mudar para a Holanda quando o Partido Nacional-Socialista subiu ao poder. E adivinhem em que bairro ela morava: Dornbush! O mesmo que eu. Então, meu plano era visitar suas duas antigas casas e comer no restaurante mais interessante que encontrasse pelo caminho.
Pesquisei no Google Mapas onde ficavam os endereços das duas casas e como eu deveria fazer para chegar lá. A mais próxima era muito simples de se ir, fica na rua Marbachweg 307.
A outra, na Ganghoferstraße 24, não era tão fácil, mas anotei num papel todas as possibilidades de percurso, de modo que não haveria de ter problema... E lá fui eu.
A outra, na Ganghoferstraße 24, não era tão fácil, mas anotei num papel todas as possibilidades de percurso, de modo que não haveria de ter problema... E lá fui eu.
Logo encontrei a primeira casa, bem simples, e tirei fotos. Em um dia em que vi vários restaurantes fechados, havia uma pizzaria aberta exatamente em frente à antiga casa da família Frank. A Pizzeria Dick & Doof também servia massas, Schnitzel, saladas, frutos do mar e outros pratos. Pedi algo que eu ainda não tinha visto aqui na Alemanha: estrogonofe. No caso, estrogonofe de peru, chamado Geschnetzeltes Stroganoff. Não, esse palavrão “Geschnetzeltes” não significa peru, e sim “fatiado”. Sabia que era carne de peru porque, na explicação, dizia “Putengeschnetzeites”, e tudo o que começa com “Puten” é de peru. Ler cardápios em alemão é uma arte, não é mesmo?
Comi meu estrogonofe e parti para a outra casa, que ficava mais perto de outra estação de metrô, a Hügelstraße. Caminhei até lá e fui para o lado que achava que era o certo. Não era. Dei uma enorme volta, passei por lugares onde já tinha estado antes com Manfred mas aonde não saberia chegar sozinho (como a central mais próxima dos correios, por exemplo, onde há umas estátuas engraçadas na entrada), pedi informações.
A essa altura eu só queria voltar para a esquina da Eschersheimer Landstraße (a minha rua, que é por onde passa o metrô na superfície) e a Hügelstraße, para, então, tentar me reorientar. Chegando lá, enfim, pus a mão no bolso para ver minhas anotações de como chegar na tal da Ganghoferstraße. E quem disse que encontrei? Estúpido, perdi o papel!
A essa altura eu só queria voltar para a esquina da Eschersheimer Landstraße (a minha rua, que é por onde passa o metrô na superfície) e a Hügelstraße, para, então, tentar me reorientar. Chegando lá, enfim, pus a mão no bolso para ver minhas anotações de como chegar na tal da Ganghoferstraße. E quem disse que encontrei? Estúpido, perdi o papel!
Para voltar, fui até a estação de metrô e, coincidentemente, encontrei o Julian, o alemão que mencionei no Kapitel anterior. Ele até brincou, perguntando se eu só estava saindo da festa àquela hora. Afinal, aquela era justamente a estação de metrô mais próxima da casa do Filipe, onde o pessoal se encontrou na noite de ontem para hoje.
Enfim, valeu a pena o passeio. Mas bem que, na próxima encarnação, se isso existir, eu poderia vir com GPS, não é?
Cara, não é só na Alemanha...mas no Brasil puten e perus têm alguma relação também...
ResponderExcluirrsrsrsrs....
Infame! 8oD
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