Um brasileiro que fala um alemão macarrônico chega a Frankfurt sem saber nem mesmo onde vai morar... Aqui narro minhas aventuras nesta temporada germânica: lugares interessantes, enrascadas em que me meto, esquisitices que percebo a cada dia. O nome do blog é uma analogia aos irmãos Grimm, alemães que compilaram muitas dezenas de contos de fada tradicionais, como Branca de Neve, João e Maria, Rapunzel, a Gata Borralheira, o Músico Maravilhoso, Chapeuzinho Vermelho, e a Bela Adormecida (mais detalhes em Vorstellung).

Centenas de fotos disponíveis em Ilustrações.


sábado, 26 de junho de 2010

Kapitel LXXXI – Pelos Ares

Oui, je suis em France. A saída de Frankfurt não foi tranqüila, mas, felizmente, saí de casa com antecedência. Para começar, peguei o trem na estação Hauptwache para o sentido errado. Estava desconfiado de que tinha me distraído e, por isso, deixado passar o ponto do aeroporto. Quando vi que eu já estava em outra cidade, Offenbach (sobre ela, ver Kapitel XII), achei melhor perguntar ao senhor que, ali perto, lia seu jornal. A situação era ainda pior: eu tinha que ir na direção oposta. E lá fui eu voltar todo o caminho que tinha feito e ainda passar por mais algumas estações, até chegar ao aeroporto.

O aeroporto, por sinal, é tão grande quanto mal sinalizado. Fui e voltei umas tantas vezes até conseguir entender que o terminal 2 ficava longe para caramba. Tinha que pegar um trenzinho. As pessoas obviamente se aglomeravam na porta do tal trenzinho e tive meio que forçar a entrada, para não ficar de fora quando a porta fechou, quase em cima de mim. E lá se foi mais um tempo considerável até encontrar onde ficava o guichê da Air France.

Na hora de passar com a bagagem de mão, o detector de metais apitou. O cara responsável pela revista era de uma truculência bizarra. Ele me puxou pelo braço, falou grosseira-mente, apertou minha bunda, fez com que eu tirasse o sapato, não me respondeu quando tentei fazer uma pergunta, só falou me patolar enquanto me revistava. Lamentável. No voo foi tudo bem, mas eu esperava ter alguma coisa com mais sustância para comer. Eu não havia comido nada no café-da-manhã e o voo era às 12h40. Apesar de ser hora do almoço, a Air France serviu apenas um minúsculo saquinho de biscoitinhos de queijo. Pelo menos bebi vinho tinto! Com o estômago vazio...

No aeroporto Charles de Gaulle, o funcionário do balcão de informações acabou com qualquer esperança minha de usar minhas três horas de ócio até a partida para Toulouse para conhecer alguma coisa de Paris. Disse que são quarenta e cinco minutos para ir do banlieu (acho que de Saint-Denis) até a cidade. Eu tinha perguntado se havia alguma coisa perto fora do aeroporto. Ele respondeu que há aqui perto um lugar onde se pode fazer compras (e nada mais nos próximos quilômetros). Não era exatamente o que eu pretendia.

Restou-me matar a fome comprando um dos caros sanduichinhos de baguete aqui do aeroporto. Cinco euros por um Rustique Mixte. Pão, presunto, queijo emental, e uma carteira mais vazia. E tudo isso com o pesado mochilão à tiracolo, pois o funcionário da EasyJet, companhia de aviação do meu voo doméstico, disse que só é permitido despachar a bagagem a partir de duas horas antes da partida.

No momento, então, aproveito os dez minutos que tenho de conexão gratuita à internet aqui no aeroporto para atualizar estes Contos Fantásticos. Nos vemos mais tarde em Toulouse!

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