Um brasileiro que fala um alemão macarrônico chega a Frankfurt sem saber nem mesmo onde vai morar... Aqui narro minhas aventuras nesta temporada germânica: lugares interessantes, enrascadas em que me meto, esquisitices que percebo a cada dia. O nome do blog é uma analogia aos irmãos Grimm, alemães que compilaram muitas dezenas de contos de fada tradicionais, como Branca de Neve, João e Maria, Rapunzel, a Gata Borralheira, o Músico Maravilhoso, Chapeuzinho Vermelho, e a Bela Adormecida (mais detalhes em Vorstellung).

Centenas de fotos disponíveis em Ilustrações.


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Kapitel V - O Índio Congelado

Dia 27 de Março fiz meu primeiro programa de índio em Frankfurt. Berê, a quem eu ainda não tinha visto pessoalmente, apenas me comunicado por e-mail, convidou-me para ir com ela e uma amiga a um evento chamado HR3@Night, que aconteceria no zoológico. Não, o evento nada tinha a ver com girafas e elefantes. Era um evento de música, que reunia várias bandas alemãs. A programação inicial era a de assistir aos shows de duas bandas, Revolvenheld e 2 Rauwohnung. Não conhecia nenhuma das duas, mas me pareceria um ótimo programa.

De fato seria um ótimo programa se não fosse por alguns percalços. Primeiramente, um tanto atolado, anotei num papel um hora diferente daquela que Berê marcou comigo. Como ainda cheguei cinco minutos depois da hora que eu achava que era a certa, 19h50, eu cheguei quarenta minutos depois dela. Isso foi o suficiente para eu ter uma péssima noite...

Eu não tinha celular e, portanto, estava incomunicável. Ela chegou, procurou-me, não me encontrou, não tinha como falar comigo e, quando chegou a sua vez na fila, que estava curta, entrou. Quando eu cheguei, a situação era bem outra. Passei uma hora meia de frio, sozinho, sem poder sair para comprar nada para beber ou comer, na fila (o bizarro é que as pessoas não tinham frio aparentemente, e algumas usavam sapato aberto ou blusa curta que, ao levantarem os braços, permitiam ver a barriga; como é possível?!). Quando finalmente chegou minha vez de comprar, soube que, depois, teria que ir para outra fila para entrar, provavelmente muito mais longa ainda (a Berê e sua amiga puderam entrar direto, não tiveram que entrar numa segunda fila). Bem, uma hora e meia de frio era meu limite. Mais duas horas e meia não estavam em minha programação. O pior é que eu não entendia bulhufas do que as pessoas falavam na fila. Talvez, se estivesse entendendo, teria pulado fora mais cedo... Caí fora, comi um kebap (se o kebap que eu comi estava bom, a cerveja Warsteiner poderia estar mais gelada) e voltei pra casa.

Por falar em frio, apesar da temperatura (nenhum dia mais quente do que seria um dia friozinho de inverno carioca), desde 29 de março estamos no horário de verão! Ou seja, aumentou de quatro para cinco horas a diferença entre Frankfurt e o Rio. O bizarro é que, como não leio os jornais nem vejo televisão aqui, não sabia de nada. Cheguei na universidade uma hora mais tarde do que eu planejava, saí de lá uma hora depois do horário que eu imaginava e só fui informado disso à noite!

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