Um brasileiro que fala um alemão macarrônico chega a Frankfurt sem saber nem mesmo onde vai morar... Aqui narro minhas aventuras nesta temporada germânica: lugares interessantes, enrascadas em que me meto, esquisitices que percebo a cada dia. O nome do blog é uma analogia aos irmãos Grimm, alemães que compilaram muitas dezenas de contos de fada tradicionais, como Branca de Neve, João e Maria, Rapunzel, a Gata Borralheira, o Músico Maravilhoso, Chapeuzinho Vermelho, e a Bela Adormecida (mais detalhes em Vorstellung).

Centenas de fotos disponíveis em Ilustrações.


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Kapitel XXXIII – Perdido no Bosque do Castelo Verde

O dia estava numa estranha clamaria. Acordei um pouco mais tarde, almocei uma costeleta de porco aqui perto de casa, e fui caminhando até a universidade. Hoje, por diferentes motivos, todos os professores estavam fora. Fiz algumas coisas que precisava fazer lá e saí. Há dias não preciso consultar o mapa para ir ou para voltar da universidade. Então, meu espírito aventureiro me impeliu a experimentar fazer um caminho diferente. Dá para imaginar como esta história acaba, não?

Eu tinha um bom controle da situação até chegar ao enorme Grüneburg-park, ou “parque do Castelo Verde”. Eu já havia ido lá, na páscoa, com o Manfred (ver Kapitel XIV), só que daquela vez o dia estava feio. Hoje, no entanto, estava lindo, com as árvores e flores da primavera iluminadas pelos raios de sol. Era o percurso ideal para eu voltar para casa. Ao menos, é o que parecia...

Embrenhei-me pelos tortuosos caminhos do parque, em meio a altas árvores de variados tipos, a corvos e passarinhos. Naturalmente, não havia qualquer sinalização. Com o tempo, ciclistas, mães com carrinhos de bebê e corredores amadores foram ficando cada vez mais raros. Atravessei uma ponte e vi que passava sobre uma auto-estrada (Autobahn). Segui por um caminho entre as árvores que margeava a estrada.

Andei muito. E percebi que não tinha a mais vaga ideia se eu estava me aproximando de casa, se estava me reaproxi-mando da universidade, ou se não estava fazendo nem uma coisa, nem a outra. Quando vi, estava do lado de algo que parecia um clube. Era o centro esportivo da universidade, que não é próximo de onde tenho aula.

Comecei a pedir informações. As pessoas, naturalmente, indicavam como fazer para pegar um ônibus. Mas eu queria voltar a pé. E voltei, após andar muitíssimo. Meu retorno para casa deve ter demorado mais de duas horas. Acabei conhecendo uma parte do meu bairro, Dornbusch, onde eu ainda não tinha estado. Já na esquina de casa, entrei numa padaria-confeitaria e comprei um pretzel doce chamado Holländerbrezel. Precisava de alguma guloseima para me revigorar após tamanha aventura.

Um comentário:

  1. Mais uma amostra do poderosíssimo senso de direção de meu amigo Guilherme.

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