Um brasileiro que fala um alemão macarrônico chega a Frankfurt sem saber nem mesmo onde vai morar... Aqui narro minhas aventuras nesta temporada germânica: lugares interessantes, enrascadas em que me meto, esquisitices que percebo a cada dia. O nome do blog é uma analogia aos irmãos Grimm, alemães que compilaram muitas dezenas de contos de fada tradicionais, como Branca de Neve, João e Maria, Rapunzel, a Gata Borralheira, o Músico Maravilhoso, Chapeuzinho Vermelho, e a Bela Adormecida (mais detalhes em Vorstellung).

Centenas de fotos disponíveis em Ilustrações.


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Kapitel XVI – As Duas Páscoas

Manfred me explicou que, aqui na Alemanha, os grandes feriados, ou seja, o de páscoa e o do natal, são celebrados não em um, mas em dois dias. Isso significa que há feriado nos dias 25 e 26 de dezembro (fora o meio expediente do dia 24) e também no domingo e na segunda-feira de páscoa. Devido a esse enorme feriado de sexta-feira a segunda, eu estou quase sem dinheiro porque ainda não abri conta num banco alemão e o único Banco do Brasil da cidade, que fica na minha rua, está fechado.

Bem, estamos numa segunda-feira de páscoa, em que as pessoas não trabalham, as lojas não abrem e mesmo os restaurantes estão todos fechados. Após colocar todo o meu material no blog até o capítulo XV, eu me encontrava às 15h morto de fome e sem ter onde comer. A ideia é a de que se trata de um período para as famílias se reunirem e blablablá-blablablá... mas uma família não pode querer almoçar fora na páscoa não, caramba?!

Manfred, que acertadamente previra que todos os lugares próximos estariam fechados, indicou onde eu poderia comer. Andando um bocado, uns dez quarteirões aproximadamente, há um posto de gasolina, que provavelmente estaria aberto, assim como sua loja de conveniência. Nela, eu encontraria um McDonald’s em pleno e normal funcionamento.

Eu só como no McDonald’s a cada ano e meio ou dois anos, ou no McDia Feliz ou em caso de emergência. Claramente se configurava o segundo tipo de situação: era uma emergência. Caminhei, então, em meio a ruas bastante vazias, com algumas pessoas olhando vitrines de lojas fechadas com luzes apagadas, até, de fato, encontrar o tal posto, tal como previra Manfred. Pedi um McRib, mas nada para beber. Afinal, estávamos em uma loja de conveniência e, ao lado, havia cervejas! Não só alemãs mas até a clássica irlandesa Guinness eu encontrei por uns 2,50 euros. Comprei uma Paulaner, a 1,64 euros (seria 1,39 se eu tivesse entregado uma lata vazia de Paulaner; aqui é assim que funciona). Contrariei minha antipatia pelo McDonald’s, mas, pelo menos, como no Brasil eu conseguiria comer um sanduíche de lá bebendo uma Paulaner?!

Na longa volta, já passadas as 16h, eis que vejo que uma pizzaria próxima, que estava fechada quando passei por ela na ida, agora já aberta e até com clientes dentro. É o velho Murphy sempre nos fazendo uma visita...

6 comentários:

  1. Excelente este desconto para quem retorna a lata de alumínio. A cada dia eu adimiro mais este país verde!!!

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  2. Guisreis, parabéns pelo blog!!!! E pela citação ao meu blog em personagens!!!
    Li todos os Kapitelen (é assim o plural?) e tô achando muito maneiro.
    Você precisa botar este Manfred em contato com o Gustavo, cara!!! Nada mais gustavesco do que criar aranhas!!!!
    Abração,
    Cattapa

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  3. Sua tese de doutorado tá ficando muito maneira! Já li vários capítulos!:D

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  4. Pois é, Cattapa, realmente o Manfred tem algo de gustaviano, hehehe. Obrigado, citei seu blog também na Apresentação.
    Perguntei ao Manfred antes de sair de casa e ele me disse que o plural de Kapitel é Kapitel. Igual ao singular, portanto.
    Abração!

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  5. Esse desconto (ou essa taxa para quem não retorna) vale também para garrafas de plástico ou vidro, não apenas para latas. Eu sabia que você gostaria, Felipe, hehe.

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