Um brasileiro que fala um alemão macarrônico chega a Frankfurt sem saber nem mesmo onde vai morar... Aqui narro minhas aventuras nesta temporada germânica: lugares interessantes, enrascadas em que me meto, esquisitices que percebo a cada dia. O nome do blog é uma analogia aos irmãos Grimm, alemães que compilaram muitas dezenas de contos de fada tradicionais, como Branca de Neve, João e Maria, Rapunzel, a Gata Borralheira, o Músico Maravilhoso, Chapeuzinho Vermelho, e a Bela Adormecida (mais detalhes em Vorstellung).

Centenas de fotos disponíveis em Ilustrações.


sábado, 10 de abril de 2010

Kapitel XXII – A Bola e o Mexicano de Bangladesh

Tenho muito trabalho a fazer. Meu artigo para um congresso em Toulouse não andou nada ontem em função dos pepinos burocráticos que tive que resolver (ver Kapitel XXI). Minha programação para este sábado, portanto, é ficar enfurnado dentro de casa. Mas há necessidades fisiológicas que devem ser satisfeitas independentemente de compromissos acadêmicos; uma delas é comer. Saí, então em busca de um lugar para almoçar.

Sábado, cerca de 13h45, e vários restaurantes fechados. Eu não entendo isso! Será que os restaurantes fecham na hora do almoço para la siesta?! Segui caminhando até um pouco mais longe até encontrar algum aberto. Eis que encontro um especializado em comida mexicana e em filés. Os filés posso comer por bem mais barato no Brasil, e provavelmente com melhor qualidade. Pedi, então, chili con carne, que chegou pouco depois de uns nachos por conta da casa.

O garçom perguntou se eu era alemão – não sei o porquê, pois ele já havia notado que eu tinha dificuldades com o idioma. Respondi que era brasileiro e... adivinhem sobre o que ele começou a falar? Futebol, é claro! Além das lamentáveis mortes pela chuva no Rio...

Ele não parecia europeu – na verdade, estava na cara que era imigrante – e mandei de volta a mesma pergunta, se ele era alemão. Nada menos mexicano: ele era de Bangladesh! Continuei minha apuração e descobri que, apesar de ele ser relativamente jovem, estava aqui há 31 anos (ou seja, há tanto tempo quanto eu estou no planeta Terra).

Quanto ao futebol, esporte pelo qual se disse apaixonado, ele torce sempre para o time que joga mais bonito. A maioria das vezes é pelo Brasil, mas ele só decide para quem vai torcer depois de ver como as equipes estão jogando. Portanto, vai ser difícil que ele torça pela seleção do país onde mora há três décadas. Será que o time de camisa amarela merecerá o apoio bangladeshiano?

2 comentários:

  1. Pensei que você ia dizer que ele torcia para o Flamengo! Só faltava essa! Ahahahahahah!

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  2. Hahaha. Se ele conhecesse o Flamengo, de repente até torcia, né? Aliás, Juliano, o principal time da cidade, o Eintracht Frankfurt, é rubro-negro!
    Abração

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